Fator Milo
E, se este espaço fosse impresso, este texto seria um box do de baixo.
Porque é preciso dizer que, em São Paulo, você tem que escolher entre a) ouvir boa música e ser desejado tanto quanto um poste ou b) ser desejado e sublimar sua intenção de dançar ao som de boas canções.
Minha tropa de choque não encontra muitas explicações para tal fenômeno. (Antes, é preciso dizer que nosso conceito de boa música inclui rock, velho e novo, electro, novidades e músicas dançantes em geral, como um Justin Timberlake. Para dançar, pouquíssima música em português, por gentileza.)
Isso posto, o lugar e a hora que mais nos agradam sonoramente é o sábado no Milo, um cubículo barato em forma de casa noturna roqueira. Apesar das noites divertidíssimas que já gastamos lá, poucas delas incluem resultados satisfatórios em termos de relação homem x mulher ou homem x homem.
As pessoas são oks, se vestem de acordo com nossos padrões de qualidade, cantam como a gente as músicas, mas não, ninguém se olha, ninguém se deseja. Como diz uma amiga, as pessoas levam o Milo a sério demais e não sobra tempo para o flerte.
Entre as noites em que somei pontos, a melhor delas, vejam só, foi quando beijei inesperadamente uma mulher. Ou seja, o Milo quase fez de mim uma lésbica. Depois disso, meus primeiros beijos na tal casa foram praticamente obtidos após súplicas, o que, convenhamos, não me é muito comum. Acabei desistindo desse tipo de diversão por lá. Já nem gasto meus melhores figurinos se a noite for na rua Minas Gerais.
Assim tem sido o Milo. E nem por isso a gente vai deixar de ir lá. Lá é para dançar de olhos fechados, cantar aos berros e perder calorias. Para outros fins, existem os moradores dos outros Estados da Federação, outras casas noturnas, festas dos amigos, bares, formaturas, supermercados e etc. Só não espere muito do som.
1 Comments:
(in)felizmente, não posso comentar este post. o segredo é ir pouco; no meu caso o milo me garante um lindo 2 x 1. e que 2!
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